quinta-feira, 25 de junho de 2009

ESPIGA PINTO


Ainda era menino quando chegou à pintura. Homem determinado e invulgar, pinta como quem beija. Entrega-se total e perdidamente.
Do Alentejo, onde nasceu, revelador de uma intuição e sensibilidade apuradíssimas, vem afirmando a solidez e singularidade de um percurso que começa e termina na busca e apreensão dos possíveis sentidos da existência.
(...) O tempo reflecte-se na Obra de Espiga, sobretudo na medida em que resiste ao seu poder envolvente, em que lhe opõe uma linguagem pictórica deslumbrante e corajosamente assumida. A memória revela-se essencial para a lenta penetração no imaginário de deuses e anjos...
(...) Estamos perante mais uma obra-prima de um dos mais geniais (não tenhamos medo das palavras) mestres da pintura portuguesa contemporânea. A espantosa força lírica e formal da sua pintura exponencia um potencial absoluto de ritmo, cor, rigor, encantamento; de atractivo e fascínio.
A pintura é para ser fruída; para partilhar a criatividade, esse genesíaco exercício de interioridade, tendo por instrumentos as fibras da sensibilidade e a espora mágica da memória.
Espiga fascina-nos com toda esta sublime grandeza...
(...) A chave de toda esta maravilha move-se na rigorosa e complexa teia geométrica do Pintor.




do livro "Três Rios Abraçam o Coração", de Manuela Morais

2 comentários:

  1. Parabéns, pelo magnífico texto! Assim é que se escreve sobre arte, ou melhor,sobre um dos melhores e mais completos artistas de sempre:MESTRE ESPIGA PINTO!

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  2. A beleza deste texto só é comparavel à beleza da vasta obra de Mestre Espiga Pinto.

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